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Economia Terça-feira, 22 de Julho de 2025, 11:02 - A | A

22 de Julho de 2025, 11h:02 - A | A

Economia / ECONOMIA

Após tarifaço, exportadores de frutas já dão como certa queda de preços

Os impactos no mercado interno serão sentidos de acordo com o calendário de colheita de cada uma das culturas

Por Cleyton Vilarino — São Paulo



Sem um plano B para contornar a imposição da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, os exportadores de frutas dão como certa a queda nos preços dos principais itens de exportação: manga, uva e polpa de açaí. Juntos, os três representam 90% do total exportado para os EUA, segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

Os impactos no mercado interno serão sentidos de acordo com o calendário de colheita de cada uma das culturas. A primeira delas, a manga, já está em fase de colheita e teria seus embarques iniciados a partir de agosto — exatamente quando está previsto o início da vigência da tarifa. “Já estava tudo certo para colher, com reserva de espaço no navio, embalagem comprada, os protocolos cumpridos, tudo certo para começar a safra”, afirmou o diretor institucional da Abrafrutas, Luiz Roberto Barcelos.

A estimativa da associação é de que 70 mil toneladas de manga tenham sido negociadas com importadores americanos nesta temporada, volume que precisará ser destinado ao mercado europeu, que nesta época do ano está abastecido com a oferta de produtores locais, ou para o próprio Brasil.

“Isso certamente vai pressionar o preço para baixo, porque vai ter excesso de oferta em mercados que já vinham sendo abastecidos”, disse Barcelos.

Luiz Roberto Barcelos, da Abrafrutas: tarifaço vai pressionar o preço para baixo — Foto: Divulgação
Luiz Roberto Barcelos, da Abrafrutas: tarifaço vai pressionar o preço para baixo — Foto: Divulgação

Diante desse cenário, segundo ele, alguns produtores cogitam não colher os frutos quando consideram os custos com a operação e o valor que potencialmente receberão pelo produto.

Além disso, o investimento na próxima safra também fica comprometido, já que há dúvidas sobre quanto tempo durará a tarifa. “Com esse imposto de 50%, a fruta brasileira fica praticamente sem condição de ser comercializada”, ele acrescentou.

Colhida em meados de novembro, a uva do Vale do São Francisco será a próxima cadeia a ser afetada pela taxação. Uma fatia de 26,13% das exportações da fruta foi destinada aos EUA em 2024. Para a polpa de açaí, os EUA foram destino de 31% dos embarques do último ano. Ao todo, elas somaram US$ 89 milhões em receita em 2024. Já no caso da manga, foram US$ 45,8 milhões exportados para os EUA, o equivalente a 13% do total exportado no período.

 

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