Metrópoles
Redação Agitos Mutum
O presidente das fabricantes de armas Taurus, Salesio Nuhs, disse que a indústria pode ser transferida para os Estados Unidos, se confirmado o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, imposto pelo presidente americano Donald Trump. Isso porque, observou Nuhs, as sobretaxas tornaram a operação da companhia inviável.
Com as declarações, os papéis da Taurus despencaram na Bolsa brasileira (B3). Por volta das 14h30, eles registravam queda de 6,75%, a terceira maior baixa do pregão. As exportações da Taurus atingiram o valor de US$ 528 milhões, o equivalente a R$ 2,95 bilhões, em 2024, com produtos enviados a 85 países. Os EUA, porém, responderam por US$ 324 milhões do total, ou cerca de 61% das vendas externas da companhia no ano passado.
A Taurus tem uma fábrica nos EUA, em Bainbridge, na Geórgia. Mas apenas 24% das armas comercializadas naquele país são produzidas nessa indústria. Essa operação também depende de peças importadas do Brasil, sobre as quais também incidiria a tarifa de 50%.
“Inviabilidade total”
“Se realmente perdurar essa questão da taxação de 50%, várias empresas e vários segmentos no Brasil ficarão inviabilizados. Ela não significa simplesmente diminuir a margem. Significa inviabilidade total. Não existe margem que possa cobrir uma taxação de 50%”, disse Nuhs, em entrevista ao site Berlinda. A Taurus é uma das principais aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro entre as indústrias brasileiras.
Na entrevista, Nuhs criticou o governo federal por falhas na condução diplomática do problema e pela possível perda de empregos no país. Ele afirmou que a transferência da empresa resultaria na perda de até 15 mil empregos no Rio Grande do Sul (RS), sendo 3 mil diretos, existentes na fábrica da companhia em São Leopoldo (RS).