G1/MT
Os deputados estaduais de Mato Grosso pediram à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT), durante uma reunião realizada na última quinta-feira (14), que revogasse o projeto que prevê uma mudança no traçado da ferrovia, criada com o intuito de conectar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, a 218 km e 360 km de Cuiabá, respectivamente. A informação foi divulgada pela Rumo, empresa responsável pela construção dos trilhos, nesta quinta-feira (21), em Cuiabá.
Em nota, a Sema contou que não anulou ou suspendeu nenhuma ação relacionada a licença ambiental do empreendimento Rumo e que “nem recebeu demanda solicitando alterações na licença”.
Segundo o gerente de relações governamentais e representante da Rumo, Rodrigo Verardino de Stefany, durante a reunião, os deputados alegam que a mudança no traçado causa impactos sociais e ambientais, já que o traçado original previa 30 km de distância, mas, com a nova proposta, os trilhos chegariam a 40 metros da área urbana do Bairro Maria Amélia, o que é considerado muito perto da área habitacional pela Prefeitura de Rondonópolis.
“Quando nós ingressamos com o pedido de autorização e assinou o contrato, a gente não tinha todos os estudos prontos. Hoje os estudos ambientais de engenharia custam aproximadamente 5% do valor da obra”, contou.
No dia 11 deste mês, a Prefeitura de Rondonópolis embargou a obra da ferrovia estadual, devido aos impactos que podem ser desenvolvidos durante o projeto, no entanto, na mesma semana, o embargo foi revertido na Justiça pela empresa Rumo.
Em nota, a prefeitura do município alegou que embargou as obras porque, mesmo após um pedido administrativo de paralisação, os serviços seguiam sendo executados.
Apesar dos processos administrativos, caso a empresa siga com o projeto e finalize o cronograma de obras, a previsão é que os trilhos cheguem à Cuiabá até 2026.
O projeto
O projeto da ferrovia está estimado em R$ 12 bilhões e promete impulsionar o agronegócio. Os trilhos da ferrovia, de mais de 700 km de extensão, vão passar por 16 municípios de Mato Grosso e conectar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde.
O professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Agnaldo Rocha, diz que os moradores temem que os trilhos do novo traçado passem perto das casas e que percam as propriedades.
“Nós iniciamos um abaixo assinado, foi protocolado com aproximadamente 2 mil assinaturas, pedindo que seja levado em consideração essa proximidade dos trilhos à área urbana”, explicou.
Segundo o projeto de correção do traçado enviado à Sema-MT, haverá uma adequação da ponte sob o Rio Vermelho, em Rondonópolis, que faz parte do primeiro trecho da obra. As obras começaram em outubro de 2022 e está na primeira etapa.