Luana Rodrigues/Hiper Noticias
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos ouviu, nesta quinta-feira (31), o líder indígena mato-grosessense cacique Serere Xavante, de 42 anos. O depoimento se tornou palco de tensões após declarações contraditórias do líder indígena. Em um deles, foi negado o recebimento de patrocínio.
O cacique é líder e pastor indígena Serere Xavante, da aldeia que fica no Vale do Araguaia, na cidade de Campinápolis (475 km de Cuiabá). Filiado ao Patriotas, ele participou dos atos de 8 de janeiro, contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Questionado sobre financiamentos, o indígena afirmou que só recebeu doações de ofertas da igreja e que pagou a própria passagem para ir a Brasília participar dos protestos. "Eu mesmo paguei. A igreja enviou para mim", disse.
Serere disse ainda que não conhecia o fazendeiro Didi Pimenta, que tem propriedade em Campinápolis. O deputado Chico Vigilante (PT), presidente da CPI, questionou, mas diante da negativa do indígena, mostrou um vídeo no qual Pimenta pede apoios via depósito em Pix para a conta do cacique. O fazendeiro afirmou que foi procurado pelo líder indígena, mas, ainda assim, o depoente negou o fato. “Esse que tá falando no meu vídeo pode até me conhecer, mas eu não conheço ele não”.
Em decorrência de contradições, o relator da CPI frisou a importância da transparência nos depoimentos. "O senhor quer falar a verdade, mas está subestimando minha inteligência. É brincadeira. No próprio vídeo, ele falou que colocou pix. O senhor já está preso. Até já cumpriu a pena. Não custa nada falar a verdade", frisou o deputado Chico Vigilante.
O indígena informou que ficou cerca de 30 dias acampado em Brasília por ter o “direito de manifestar”. Disse também que desacredita da funcionalidade das urnas eletrônicas e afirmou que não recebeu patrocínio por partidos políticos de Mato Grosso. Perguntado sobre o motivo de apoio ao Bolsonaro, o cacique disse que o presidente não foi negligente ao povo indígena e citou ajuda financeira e recebimento de vacinas contra a covid-19.
NOTORIEDADE
Serere ganhou notoriedade entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro nas manifestações realizadas em Brasília. Após o resultado nas eleições de Lula, o cacique enfatizou que o presidente não tomaria posse e pediu a saída do ministro Alexandre de Moraes O pastor indígena está preso desde o dia 12 de dezembro de 2022.
De acordo com levantamento feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), a depredação do STF causou prejuízo de cerca de R$ 11 milhões.