João Aguiar/Repórter MT
Dados do boletim informativo da covid-19 no sistema penitenciário divulgados na quinta-feira (25), mostram que desde o começo da pandemia, há mais de um ano atrás, 9 policiais penais e 4 presos morreram por conta do novo coronavírus.
Apesar do número de mortes de servidores ser o dobro, o número de casos confirmados é maior entre os detentos. Foram 2.277 presos que se infectaram e 676 servidores.
De acordo com o deputado João Batista (Pros), que representa a categoria e já foi presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindispen-MT), a mortalidade é maior entre servidores pois os presos têm uma equipe de saúde dedicada.
“Tem um setor de saúde dentro dos presídios que faz os trabalhos de prevenção com os presos. Faz o chamado tratamento precoce, dá a medicação. E para os servidores não tem isso. Se algum deles for infectado tem que correr atrás do plano de saúde ou procurar um hospital público”, afirma.
Ainda segundo o deputado, os agentes penitenciários têm mais chances de se infectar com a covid-19. “Os presos ficam lá dentro das celas e não vão sair de lá. Os agentes vão para casa, mercado, se encontram com outras pessoas. Correm mais risco”, relata. O parlamentar defende que o primeiro passo para evitar esses casos, é “dar prioridade para os servidores e não para os presos na vacinação”.
“Entramos em conversa com o Governo do Estado e com alguns municípios para colocarem os agentes penitenciários na frente dos presos na fila da vacinação. Estamos tendo essa articulação política que já foi confirmada com alguns municípios de acontecer”, explica.
João Batista pede ainda que os agentes também tenham direito ao tratamento médico dentro dos presídios. “Não pode ficar restrito somente aos presos. Estamos lutando também para ter uma equipe para cuidar dos nossos agentes penitenciários”, afirma