Estudante de MT é desclassificada do Enem e acusa engano do MEC

A estudante Karine Cristine Miranda de Amorim, de 19 anos, moradora de Cuiabá, foi surpreendida na divulgação do resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no dia 30 de março, ao ler que estava desclassificada, por ter deixado a prova com cartão-resposta e qualquer material de aplicação, antes do horário permitido, situação que ela afirma não ter acontecido. Desde então, a jovem tenta contato com o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto  Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), dos quais são ignorados ou tem repostas automáticas equivocadas. 

Karine viu seu sonho de cursar Medicina se transformar em seu maior pesadelo. “Logo após o choque atualizei a página várias vezes. As atendentes não sabiam orientar, até fui aconselhada a abrir uma demanda no fale conosco do MEC. Tentei por mensagem não dava certo, o site apresentava erro, voltei a ligar, até que uma atendente conseguiu me ajudar abrir a demanda”, conta.  Neste contato, a estudante relatou o ocorrido, e questionou o que poderia ser feito, pois se aproximava da data de abertura do Sisu, onde os estudantes aplicam suas notas para às vagas das Universidades Federais e Estaduais. 

Para o desespero dela, Karine recebeu uma resposta automática que falava sobre correção da redação, e teve seu protocolo encerrado, no dia 31 de março. Ela ligou novamente na Central e seu pedido foi reaberto, mas até o momento não há uma resposta, e para seu desespero o Sisu abriu no dia 6 de abril e fecha no 9 de abril. 

“É muito frustrante toda essa situação, ao ver esse resultado eu chorei, pois foi um ano muito difícil de estudar, manter o foco com esse novo cenário de ensino à distância. Em outubro voltei frequentar as aulas presenciais, mesmo com todos os riscos da covid-19”, afirma Karine. 

Sem saída, ela registrou um boletim de ocorrência na Segunda Delegacia de Polícia e procurou um advogado para representá-la.

“Minhas expectativas estavam muito altas para esse resultado. Em 2020, eu fiz meu primeiro ano de cursinho e esperava uma evolução muito grande nas minhas notas, levando em consideração que no Enem de  2019  fiz 900 pontos na redação, apenas com os conhecimentos que tive no Ensino Médio. Com toda essa desordem, falta de meios para que minha reclamação chegue a alguém relevante e que possa resolver meu problema no Inep, acabei procurando  um advogado”, desabafa. 

Outro Lado

A Reportagem  entrou em contato com o MEC, via email, o qual não foi respondido. Na segunda tentativa, via telefone, a assessora de imprensa disse que a demanda seria respondida, até a publicação da matéria não houve mudança.

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