Agitos Mutum
Redação
R$ 2,5 milhões de reais é o valor que a Prefeitura de Colíder, município a 648 km de Cuiabá, no norte do estado, quer gastar com a Expolíder. Em pouco mais de 60 dias no cargo, o prefeito Rodrigo Benassi já trocou secretários e decretou 'situação de emergência' de saúde, por surto de dengue e Chikungunya.
A feira é um dos mais tradicionais eventos do município e ocorrerá no mês de julho.
Recentemente o prefeito deu entrevista à imprensa e diz que não há contradição em destinar recursos para uma feira de exposição, tendo uma situação de emergência em saúde. "São coisas distintas", garante o Bassani.
Ele ainda ressalta que os recursos que serão aplicados na Expolíder visam recuperar o protagonismo do município como polo regional e estão sendo economizados com uma gestão técnica. Bessani cita a central de compras que instalou na gestão como exemplo disso. Ele aponta uma economia geral de 20% nos gastos da administração nestes dois primeiros meses do ano.
Em sua rede social, o jornalista Ed Motta critica os investimentos desnecessários. ‘‘Olá meus amigos, vou ser bem objetivo. É a primeira vez na história que Colider, em quase 50 anos, que um prefeito, quer fazer uma festa de rodeio e gastar R$2,5 milhões da fonte 100, ou seja, pegar dinheiro que pode investir em educação, saúde, pavimentação e outras áreas, e gastar com rodeio. O projeto chegou a entrar na Câmara, mas foi reprovado. Os vereadores Rita, Carlão, Joyce, Marcelo, Fábio, Fernando, Dênis e Juan, votaram contra esse absurdo. Outros 4 tiveram a coragem de votar favorável. Parece um absurdo que o município não tem outras necessidades’’, disse o jornalista.
O decreto de situação de emergência na saúde foi publicado neste mês de março em função da explosão de casos de dengue e chikungunya no município. De acordo com o painel da Secretaria Estadual de Saúde, Colíder registrou este ano 426 casos prováveis de dengue, 138 de chikungunya e um de zika.
A situação causou superlotação no hospital regional do município e cirurgias eletivas foram suspensas para que haja leitos suficientes para atender pacientes acometidos pelas arboviroses. Além dos casos suspeitos, uma morte que teria sido ocasionada por dengue está sendo investigada. O Decreto estabelecendo a situação de emergência tem validade de 90 dias.