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GERAL Segunda-feira, 12 de Maio de 2025, 15:53 - A | A

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Os bastidores da neurocirurgia: um retrato da especialidade no Brasil com Dr. Rodolfo Carneiro

Redação Site Agitos Mutum



No imaginário popular, o neurocirurgião é um herói de jaleco que atua nas situações mais críticas da medicina. Embora a especialidade guarde, de fato, uma carga elevada de complexidade e responsabilidade, o cotidiano desses profissionais no Brasil revela uma realidade marcada por desafios que transcendem o centro cirúrgico. Em entrevista exclusiva, o Dr. Rodolfo Carneiro, médico neurocirurgião com atuação nacional e fundador da clínica Coluna e Neuro, comenta os percalços e aprendizados acumulados ao longo de sua carreira.

O que é ser neurocirurgião no Brasil?

Dr. Rodolfo Carneiro carrega uma trajetória singular dentro da medicina brasileira. Formado pela Universidade Federal do Piauí, ele trilhou o caminho da especialização em Neurocirurgia no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, em São Paulo, uma das instituições públicas mais respeitadas do país. Posteriormente, acumulou experiências em centros internacionais como o Wooridul Spine Hospital, na Coreia do Sul, e o Hospital Maria-Hilf, na Alemanha."A neurocirurgia é uma missão que exige um tipo particular de entrega. Temos uma formação longa, uma rotina intensa e um campo de atuação que demanda um olhar técnico preciso e uma escuta emocional constante", afirma o Dr. Rodolfo.Para Rodolfo Carneiro, os desafios já começam na formação. Além dos seis anos de graduação, são necessários mais cinco a seis anos de residência, com carga horária exaustiva e uma curva de aprendizagem intensa. "Poucas especialidades têm esse grau de exigência em tempo e energia. Não se trata apenas de operar; é preciso desenvolver empatia, liderança e resistência psicológica para lidar com situações limites diariamente", comenta.

Desafios estruturais e assistenciais

A disparidade entre centros urbanos e regiões periféricas

Segundo o Dr. Rodolfo Carneiro, um dos pontos mais sensíveis da neurocirurgia no Brasil é a falta de homogeneidade na infraestrutura disponível. "Nos grandes centros, temos acesso a neuronavegadores, microscópios de alta precisão e suporte multidisciplinar. Mas quando nos afastamos das capitais, a realidade muda completamente. Já recebi pacientes transferidos de unidades sem tomógrafo", relata.Essa assimetria, na visão de Rodolfo Carneiro, impacta diretamente a qualidade do atendimento e os desfechos dos casos. Muitas vezes, procedimentos que poderiam ser realizados com métodos minimamente invasivos acabam evoluindo para soluções mais agressivas devido à falta de recursos.

A supercarga emocional e física da especialidade

"É muito comum escutarmos sobre burnout em neurocirurgiões. É uma profissão solitária, no sentido da tomada de decisão. Quando você entra em uma sala de cirurgia, todas as escolhas são suas, e isso tem um peso enorme", compartilha Dr. Rodolfo.A rotina extensa de plantões, os casos com alto risco de sequelas e a responsabilidade única por cada escolha técnica geram um contexto de pressão constante. Dr. Rodolfo Carneiro defende que a gestão emocional deveria ser um pilar dentro da formação. "Precisamos falar sobre isso com nossos alunos. A saúde mental do neurocirurgião afeta diretamente a qualidade do cuidado com o paciente."

O papel da formação e da atualização profissional

"A neurocirurgia é uma área que muda a cada dois ou três anos. Quem não acompanha os avanços fica ultrapassado rapidamente."Com essa visão, Dr. Rodolfo Carneiro investiu em capacitações internacionais e participa ativamente de congressos, como os promovidos pela North American Spine Society (NASS). Na sua própria clínica, ele aplica as mais modernas técnicas de cirurgia minimamente invasiva da coluna e realiza atendimentos presenciais e por telemedicina."A atualização constante não é um luxo, é uma obrigação moral. O paciente espera de nós o melhor resultado possível."A comunicação com o paciente: empatia é parte do tratamento

O papel da escuta ativa

Rodolfo Carneiro enfatiza que um dos maiores avanços da medicina contemporânea é reconhecer que o tratamento vai muito além da técnica. "O paciente precisa sentir que está sendo escutado. Diagnóstico não é só exame de imagem, é entender a história daquela dor, daquele medo, daquele sintoma."Para ele, um bom neurocirurgião é aquele que consegue criar um ambiente de segurança para que o paciente participe ativamente das decisões. Essa abordagem, segundo Dr. Rodolfo, reduz o nível de ansiedade, melhora a adesão ao tratamento e fortalece o vínculo de confiança.

Humanização como diferencial

"Na Coluna e Neuro, nosso diferencial é o cuidado integral. O paciente não é um caso. É uma pessoa que confia em nós para devolver mobilidade, conforto e qualidade de vida."Dr. Rodolfo Carneiro desenvolveu, junto a sua equipe, protocolos personalizados que integram abordagem clínica, cirúrgica e reabilitação física. "Fazemos isso porque acreditamos que a medicina deve ser resolutiva e ao mesmo tempo respeitosa com a jornada de cada um."

Considerações finais

O retrato da neurocirurgia brasileira, segundo Dr. Rodolfo Carneiro, é de um campo potente, mas ainda carente de estrutura e reconhecimento. Entre a técnica e a humanidade, ele escolhe equilibrar os dois pilares com uma atuação centrada no paciente."Ser neurocirurgião é entender que cada cirurgia é um recomeço para alguém. Por isso, a entrega precisa ser total."Com mais de uma década de dedicação à especialidade, Dr. Rodolfo segue como uma referência nacional, e suas reflexões se tornam cada vez mais essenciais para compreender os rumos e desafios da neurocirurgia no Brasil.

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