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GERAL Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025, 14:14 - A | A

20 de Fevereiro de 2025, 14h:14 - A | A

GERAL / ECONOMIA

Preço dos ovos dispara: entenda a crise que atinge o Brasil e os EUA

Valor pago pelo consumidor subiu quase 50% e deve se manter em alta até o fim da Quaresma

Por Raphael Salomão, Gabriella Weiss e Marcelo Bel



O preço do ovo dispara e bate recordes. Nos Estados Unidos e no Brasil, os consumidores estão vendo o custo com a proteína subir quase 50%, pesando no orçamento. Nesta quinta-feira (20/2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou os valores atuais da cartela de ovos como absurdos e disse que não é possível controlar os preços do dia para a noite.

De olho nos preços dos ovos

gripe aviária é a principal responsável pela crise do ovo nos Estados Unidos, onde o setor tem sofrido com problemas de abastecimento. No Brasil, o alcance da gripe aviária, pelo menos até o momento, tem sido limitado.

Os casos registrados até o momento pelo Ministério da Agricultura se concentram em aves silvestres e em planteis de criação doméstica. Não há registros de infecção em granjas comerciais, um diferencial sanitário que tem sido usado pelo Brasil como diferencial para conquistar mercados à medida que a doença avança pelo mundo.

No entanto, ainda assim, o preço dos ovos disparou no país. Em janeiro, o produto chegou a aumentar até 40% em algumas regiões brasileiras, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No mercado brasileiro, o comportamento dos preços reflete uma escassez de oferta e um fortalecimento da demanda pela proteína.

Ao produtor, a alta do ovo foi significativa. Em Bastos, no interior de São Paulo, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontou a caixa com 30 dúzias do ovo branco valendo R$ 149,99 no dia 2 de janeiro deste ano. Em 19 ne fevereiro, o valor bateu 208,99, variação de 45,14%. Em 19 de fevereiro de 2024, o preço pago ao produtor era de R$ 169,16 a caixa.

Os ovos vermelhos acompanharam a tendência. No dia 2 de janeiro, comprar do produtor uma caixa com 30 dúzias custava R$ 167,12. No dia 19 de fevereiro, R$ 240,94, aumento de 44,17%. No dia 19 de fevereiro de 2024, a cotação média era de R4 197,17 a caixa.

No atacado da Região Metropolitana de São Paulo, a referência do Cepea mostra uma alta de 45,18% no período, com a caixa de 30 dúzias saltando de R$ 151, 62 no dia 2 de janeiro para R$ 220,13 no dia 19 de fevereiro. O ovo vermelho passou de R$ 172,08 para R$ 251,02 no período, valorização de 45,87%.

 

Por que o ovo está mais caro no Brasil?

 

O Cepea explica que, no ano passado, a produção de ovos aumento 10,5% apenas entre janeiro e setembro. Para o início deste ano, os produtores acabaram controlando um pouco mais a oferta, considerando que a procura é menor. Com o retorno do período letivo nas escolas do país, a demanda sobe, levando à alta nos preços.

“A expectativa é de que continue em preços mais elevados até o período de Quaresma, em que tradicionalmente já tem uma demanda elevada. Após a Quaresma é que vamos poder observar se esse patamar vai se manter”, explicou a pesquisadora Cláudia Scarpellin, à Globo Rural.

A Quaresma é um período de 40 dias entre a Quarta-feira de Cinzas e a semana da Páscoa. Tradicionalmente, o consumo de carnes diminui, abrindo espaço para outras proteínas. O ovo é uma delas. Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reúne a indústria do setor, este é um dos fatores que levam a crer que a atual alta da cartela de ovos é sazonal, e que os preços tendem a baixar.

Em comunicado, a entidade avalia que a comercialização do produto ganhou força depois de um prolongado período de preços baixos. E explica que, além da demanda típica para a época do ano, o consumidor vem substituindo a carne vermelha pelas brancas e pelo ovo.

A ABPA pontua que o custo de produção na avicultura de postura aumentou nos últimos oito meses. Houve uma elevação de 30% no preço do milho e de mais de 100% nos custos de insumos de embalagens. Além disso, a elevação das temperaturas afeta diretamente a produtividade das aves.

A Associação pontua ainda que a oferta interna não é reduzida, uma vez que o volume exportado atualmente pelo Brasil é inferior a 1% das 59 bilhões de unidades projetadas para a produção de 2025, com um consumo per capita de 272 unidades — 40 a mais que a média global.

Crise do ovo nos EUA

 Nos Estados Unidos, a principal explicação para a alta do ovo é um problema de abastecimento. No fim de janeiro, uma dúzia custava US$ 7,24 em Nova York e US$ 8,35 na Califórnia. Na média nacional o valor era de US$ 5,80, ou R$ 33, segundo dados do Instituto de Estatísticas Trabalhistas dos EUA.

A crise do ovo no território americano está associada ao avanço da gripe aviária H5N1, variante com alto potencial transmissivo. Variantes da doença foram identificadas em outros animais, como vacas leiteiras, e até mesmo em humanos. Dados do governo americano apontam que, só em janeiro, 18,8 milhões de poedeiras morreram por causa da doença, o maior número em um único mês em quase três anos.

Gráfico mostra queda no plantel de poedeiras nos Estados Unidos — Foto: Globo Rural (com dados do USDA)
Gráfico mostra queda no plantel de poedeiras nos Estados Unidos — Foto: Globo Rural (com dados do USDA)

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