Daffiny Delgado/Repórter MT
O cacique Serere Xavante, de 42 anos, preso pela Polícia Federal, na segunda-feira (12), após ameaçar dizer que "arrancaria pelo pescoço" o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, fez um vídeo, ainda na sede da PF, em Brasília, pedindo o fim dos conflitos na Capital Federal.
“Não venha fazer conflito, briga ou confronto com autoridades policias. (...) É uma ordem", determinou.
A prisão se deu após a Procuradoria-Geral da República pedir a detenção do cacique por 10 dias. O pedido foi feito logo após ele convocar manifestações armados para impedir a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ainda emaçar o ministro.
Em outro trecho da gravação, Serere explica que a luta não é contra as pessoas e que não quer ver sangue sendo derramado.
"Se os senhores me amam e me consideram eu quero pedir que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial. Venham viver em paz e não pode continuar o que aconteceu como essa destruição dos carros e ataque a sede da Polícia Federal", disse.
"Nós sabemos que somos povo de bem e que não compactuamos com derramamento de sangue e briga. A nossa luta não é contra as pessoas humanas, é contra potestades espirituais. Deus abençoe a todos", finalizou.
Logo após a prisão do líder indígena houve uma série de ataques em Braília. Um grupo tentou invadir a sede da PF. Ônibus e carros foram incendiados;
Para conter a confusão, a Polícia Militar foi acionada e precisou usar spray de pimenta e bombas de gás para afastar os manifestantes.
O cacique, que também é pastor evangélico, disputou a prefeitura de Campinápolis pelo Patriota em 2020, mas obteve 689 votos, alcançando somente 9,7% do eleitorado.