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GERAL Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2020, 10:31 - A | A

30 de Dezembro de 2020, 10h:31 - A | A

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Servir e Proteger, esse é - e sempre será - o lema das Polícias do Brasil

Messias Rocha – Policial Civil | PJC-MT



É tomado pelos sentimentos de pesar e o senso de responsabilidade de quem está, há 2 anos, sendo associado a uma imagem que não corresponde a minha, tanto no campo pessoal quanto profissional, que escrevo a reflexão que segue.

No próximo mês de fevereiro completo 10 anos de polícia; sendo 4 deles na condição de Soldado da Policia Militar do Estado de Mato Grosso e o restante, onde me encontro atualmente, Investigador na Polícia Judiciaria Civil, também do Mato Grosso. Durante todo esse tempo a prestação de serviço com o risco da própria vida formaram memórias de vivências bastante intensas, tensas e satisfatórias; através das quais tive a certeza de que o respeitável comandante do meu curso de soldado, Coronel Jorge Antônio de Oliveira Paredes estava certo quanto ao fato de nossa função não ser apenas mais uma, mas sim um sacerdócio, para o qual você simplesmente serve para servir ou não serve.

Lembrando dos motivos que me levaram a pertencer os quadros da polícia; da satisfação que sinto em promover o bem; do quanto eu quero seguir merecendo o respeito das pessoas que veem na polícia a guardiã primeira da lei, da ordem e da paz social, quero me desculpar pelos colegas que endossaram a candidatura e ajudaram a eleger para a Presidência da nossa República um representante que desrespeita a dignidade de uma mulher que foi vítima de tortura. Este foi mais um episódio triste do nosso Presidente ao dizer em público que aguarda provas da tortura sofrida por Dilma Rousseff durante a ditadura. Acredite, eu e a maioria absoluta dos meus colegas de profissão somos contra a tortura e toda forma de desrespeito a dignidade da pessoa humana. 

Peço desculpa em nome dos colegas porque eu não votei neste presidente, não pedi voto para ele e ainda tentei alertar em tempo hábil, porém ele soube explorar de uma forma muito rentável eleitoralmente o sentimento de pertencimento de boa parte dos membros das instituições que sempre se mantiveram em cima da ideia de corpo. Mesmo SEM TER ao menos APRESENTADO um único projeto de lei de interesse das polícias em Brasília, durante os 26 anos que esteve no congresso, ainda assim conseguiu converter em votos e apoios boa parte dos policiais do nosso país. Isso só foi possível porque ele se aproveitou do raso conhecimento e interesse em política por parte da maioria dos brasileiros, somado à vontade desses mesmos cidadãos de ver o país passado à limpo.

Os brasileiros que não o conheciam, tomados por boas intenções, escolheram uma das pessoa menos qualificada que existe em um universo de 210 milhões de habitantes. Sim, dá pra contar nos dedos de uma mão quantos brasileiros são tão desumanos quanto esse homem que ora ocupa o posto mais alto da República. Isso prova que de fato ainda precisamos evoluir muito!  Mas o brasileiro é bom.

Sei que você não quer uma polícia que mata desnecessariamente; sei que você não endossa a tortura; sei que você mesmo não sendo cidadão de bens, você é DO BEM; sei também que você se esforça para se manter coerente com os ensinamentos cristãos que se deve “amar ao próximo como a ti mesmo” e que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”. E pode ter certeza que eu sei que você não sabia que aquele cidadão que foi expulso do exército nunca foi policial, não tem coração de polícia e que ele apenas se aproveitou da sua admiração e respeito pelos agentes da lei para conseguir se eleger e fazer o mandato mais vergonhoso da história da Republica do Brasil. 

Se estou certo sobre o que pensas da polícia e de nós policiais, gostaria de pedir humildemente duas coisas: Primeiro é desculpa por termos permitido que esse sujeito conquistasse seu voto se passando por um de nós; Segundo, um desafio: de agora em diante vamos levar em conta os valores dos políticos que escolhemos, sabendo que os nossos são amor, solidariedade e respeito. Porque errar é humano, mas permanecer no erro é loucura e muito sadismo. Vamos juntos somar na resistência.

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