Rubens Alves de Lima, de 32, acusado de planejar a execução do jornalista Auro Ida, em Cuiabá, se entregou à Justiça na tarde desta quinta-feira (19), após ficar foragido por dois anos. O réu chegou ao Fórum da capital acompanhado pelo advogado Jesuíno de Farias e seguiu para o gabinete da juíza Maria Aparecida Ferreira Fago, da 12ª Vara Criminal. Rubens é o terceiro acusado de envolvimento no homicídio e está com a prisão preventiva decretada desde a época do crime. Outros dois réus já foram condenados pelo assassinato do jornalista.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o acusado teria mandado matar Auro Ida por motivação passional, já que o jornalista estava namorando a ex-mulher dele. Para isso, como aponta o MPE, Rubens de Lima teria encomendado a execução com Evair Arantes, namorado de uma ex-namorada do jornalista, pelo valor de R$ 1,5 mil, além do fornecimento de uma pistola utilizada no homicídio. Na época, Arantes tinha 17 anos e foi o primeiro a ser condenado pela Justiça. Em agosto deste ano ele foi sentenciado a 15 anos de prisão pela execução e negou envolvimento no caso.
Silêncio
Rubens de Lima chegou ao Fórum às 16h53 e não quis falar com a imprensa. No entanto, ele confirmou que não estava namorando a jovem quando o jornalista foi assassinado. O advogado do acusado defende a inocência de Rubens.
Ainda segundo o advogado Jesuíno de Farias, o acusado decidiu se entregar porque estava se sentindo injustiçado com o mandado de prisão expedido contra ele há dois anos. Ele disse que Rubens não se entregou antes porque havia sido ameaçado de morte caso se apresentasse à Justiça.
Outro condenado
O acusado de intermediar o assassinato é Alessandro da Silva Paz, de 24 anos, também condenado a 16 anos e seis de prisão em regime fechado, no último dia 7 de dezembro. Durante depoimento, o réu declarou ser apenas amigo de Rubens Alves de Lima.
Ele já estava preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), antigo presídio do Pascoal Ramos, em Cuiabá. Na sentença, a juíza Mônica Catarina Perri ressaltou que a culpabilidade do réu foi acentuada “pois se formou praticamente um consórcio entre mandante, intermediário e o executor para matar a vítima”.
Entenda o caso
Auro Ida foi assassinado a tiros no dia 21 de julho de 2011, dentro do carro, quando deixava a namorada em casa, no Bairro Jardim Fortaleza, na capital. Foram efetuados seis disparos e dois deles atingiram a vítima. Na ocasião, o executor teria pedido para que a namorada da vítima saísse do veículo para que não fosse atingida pelos disparos.
O MPE afirma que, como Ida frequentava o bairro há certo tempo, moradores da região sabiam que ele mantinha relacionamentos com mulheres daquela área. Além disso, pontua que, por esse motivo, Rubens, em “prévio ajuste com Alessandro e um adolescente, na época com 17 anos que era namorado de uma ex-namorada de Auro, encomendou a execução da vítima a Evair Peres, sob a promessa de recompensar-lhe com o pagamento da quantia de R$ 1,5 mil, além da pistola utilizada no crime”.