Repórter MT
As investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá apontam que foram encontradas provas de que a morte do advogado Roberto Zampieri foi motivada por uma disputa judicial sobre a posse de uma propriedade rural estimada em R$ 100 milhões. Nesta sexta-feira (09), o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo foi indiciado como mandante do crime.
Os investigadores encontraram no celular do coronel de Exército Etevaldo Caçadini, que está preso preventivamente acusado de ser um dos autores da execução, fotos da ação que motivou o assassinato, assim como imagens da fachada do escritório de Zampieri, no bairro Bosque da Saúde, onde o crime foi cometido em 5 de dezembro de 2023.
"Existia uma disputa de uma terra em Paranatinga e nesse processo cível as datas são sempre muito coincidentes. No próprio celular do Caçadini nós encontramos imagens dessa disputa específica, dessa ação", disse o delegado Nilson Farias em entrevista coletiva, nesta terça-feira (9).
O irmão de Aníbal perdeu parte das terras em disputa, o que despertou nele o medo de também ser derrotado na Justiça. Aníbal acreditava que por ter proximidade com um desembargador do Tribunal de Justiça, Zampieri teria facilidade para vencer o processo. Por essa razão, ele encomendou o crime.
O primeiro pedido de prisão contra o fazendeiro e sua esposa, Elenice Laurindo, foi vazado pela imprensa, o que permitiu que o produtor tivesse tempo de se librar do aparelho celular usado para manter contato com Caçadini.
Com relação à Elenice, apesar de uma ordem de prisão chegar a ser expedida contra ela, o que foi posteriormente revertido, os policiais não conseguiram encontrar nenhum tipo de indício criminal que a associe ao delito. O delegado destacou, contudo, que a conta bancária dela foi usada pelo marido.
Aníbal Laurindo deverá responder por homicídio duplamente qualificado com traição, emboscada, dissimulação ou recurso que dificulte a defesa da vítima, além de o crime ter sido cometido mediante pagamento, o que configura motivo torpe.
O fazendeiro chegou a ser preso no dia 11 de março deste ano, mas foi colocado em liberdade por determinação da Justiça no mesmo dia. Na época, a defesa do fazendeiro alegou que as provas contra ele eram frágeis, além de se tratar de um homem idoso e que possui comorbidades que demandam cuidados especiais.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público de Mato Grosso já havia apresentado denúncia contra Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas por homicídio triplamente qualificado. Estes permanecem presos preventivamente.