Vinicius Mendes/Gazeta Digital
Vittor Campos, preso por envolvimento no sequestro de Edson Joel Meira, 57, pai do prefeito de Jangada (80 km ao norte de Cuiabá), Rogério Meira (PP), afirmou que gastou os R$ 2 mil pagos pelo resgate com cerveja e cigarro eletrônico (vape). A companheira de Vittor, Alice Estefane dos Santos, também presa, revelou que os planejadores do sequestro também ameaçaram sequestrar a esposa e outros familiares do prefeito.
Os depoimentos constam na decisão em que a juíza Janaína Cristina de Almeida, da Vara Única de Arenápolis, manteve as prisões de Vittor e Alice.
Ao delegado, Vittor afirmou que não faz parte de nenhuma facção criminosa e estava trabalhando para a Prefeitura quando surgiu a oportunidade de participar do crime. A proposta feita a ele foi para “ficar no celular e ficar pedindo dinheiro para o filho do velho”.
Quem abordou Vittor foi o suspeito João Paulo Ribeiro Quirin da Rocha, o “Novinho”, que falou que “os rapazes iriam pegar o velho” e ele ficaria encarregado pela extorsão. Dias depois Vittor recebeu uma ligação do suspeito “RJ”, orientando-o a falar com o prefeito e pedir o resgate.
“Eles falaram para eu pedir R$ 70 mil, mas a família só depositou R$ 2 mil reais”, disse.
De acordo com o depoente, o primeiro depósito foi feito na conta de uma amiga de Alice, identificada como Beatriz. Ela iria receber R$ 200 pelo empréstimo da conta. O segundo depósito, no valor de R$ 1 mil, foi feito já na conta de Alice. Estes primeiros valores pagos não foram informados aos demais envolvidos no sequestro. Eles gastaram tudo em uma distribuidora.
“Nós gastamos. Fomos na distribuidora e compramo cerveja, vape, comida [...] todo o dinheiro que seria pedido pra família da vítima era pra ser repassado para a Thais Caroline Nogueira Correia, na conta dela. Mas nós pedimos R$ 2 mil reais na conta da Alice e na conta da Beatriz. Isso não estava acordado com RJ e Novinho. Nós já queríamos garantir o nosso”.
Vittor afirmou que não contou à sua companheira, nem à amiga dela, a origem do dinheiro, que apenas pediu as contas emprestada.
Em seu depoimento Alice confirmou que não sabia a origem do dinheiro. Contou que Vittor apenas lhe pediu emprestada a conta bancária dela e de Beatriz. Apesar de alegar não ter conhecimento sobre o sequestro, a depoente passou à polícia algumas informações sobre os outros suspeitos.
Ela confirmou que “Novinho” conheceu Vittor quando ficaram presos juntos, mas depois “Novinho” saiu e foi preso de novo em Barra do Bugres, sendo que estaria envolvido em várias mortes na cidade.
Sobre “RJ”, Alice afirmou que ninguém sabe quem ele é, mas ela acredita que era alguém próximo ao prefeito. Ela contou que “RJ” também ameaçou sequestrar outros familiares do gestor da cidade.
“O RJ sabe tudo sobre o Prefeito e tudo sobre a família do Prefeito. Ele sabia que tinha dinheiro na conta da família e estava pedindo dinheiro bem alto. Ele sabia os nomes de todos da família da vítima. O RJ falou que se a família não colaborasse, iriam sequestrar a esposa e o resto dos familiares do Prefeito de Jangada, que a coisa iria ficar feia. [...] com certeza era alguém próximo, pois ele tinha muita informação da familiar da vítima”.
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