Gazeta Digital
Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal deflagraram na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Bilanz, que tem como objetivo investigar fraudes na Unimed Cuiabá durante entre os anos de 2019 e 2023. O ex-presidente da Unimed, R.O.J, é um dos alvos. O rombo investigado seria de R$ 400 milhões. Equipes cumprem 6 prisões em Mato Grosso e Minas Gerais.
De acordo com as informações apuradas, além do ex-presidente, também são alvos da operação A.P.P e R.O. Ana Paula já está na sede da PF e presta depoimento ao delegado Daniel Rocha, responsável pelo caso.
Investigação identificou práticas ilícitas da gestão financeira e administrativa da entidade. Uma delas, foi observada nos documentos contábeis apresentados à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Os investigados ocultaram um déficit de cerca de R$ 400 milhões no balanço patrimonial da entidade em 2022. Agora, a PF e o MPF apuram crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O MPF requereu o cumprimento de mandados de busca e apreensão, afastamento de sigilos telemático, financeiro e fiscal, além do sequestro de bens dos investigados.
Os 6 alvos de prisão são todos ex-administradores e prepostos da entidade, mas os nomes não foram confirmados. "As autoridades manterão o público informado sobre os desdobramentos da operação, respeitando os limites legais de divulgação", diz o MPF.
Esquema na mira
A Unimed Cuiabá – que é a operadora de saúde suplementar de maior abrangência do Estado, com 220 mil usuários, possuindo 60% de market share e tendo 1.381 médicos cooperados – descobriu um prejuízo contábil de R$ 400 milhões.
Em março de 2023, após uma disputa eleitoral histórica na qual os cooperados elegeram o médico urologista Carlos Bouret para presidir a Unimed Cuiabá, deu-se início à descoberta de uma série de anormalidades que estavam sendo cometidas pela gestão anterior, que tinha como presidente o médico R.O
Além de R.O, a ex-gestão era composta pelo ex-CEO, E.O, e o ex-presidente do Conselho de Administração, J.B.D
Em 27 de junho, os cooperados reunidos em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) tiveram conhecimento dos resultados apresentados pela auditoria, PP&C Auditores Independentes, quanto ao balanço revisado. Conforme relatório, existia uma perda de aproximadamente R$ 400 milhões no balanço fiscal de 2022, contrapondo os R$ 371,8 mil positivos que haviam sido apresentados pela gestão anterior.
As irregularidades apontadas pela auditoria contratada evidenciaram uma administração incorreta, que comprometeu a saúde financeira da Unimed Cuiabá. Dentre pontos críticos estavam a construção de dois empreendimentos - a sede do hospital próprio e um espaço de cuidados terapêuticos - que custaram R$ 95 milhões e não foram entregues em sua totalidade.
(Com informações da assessoria de imprensa)