João Aguiar/Repórter MT
O grupo de servidores, empresários e laranjas, alvos da operação Iterum, deflagrada nesta quarta-feira (04), pela Polícia Federal, com apoio da Controladoria Geral da União (CGU), movimentou cerca de R$ 250 milhões nas contas bancárias dos envolvidos. Desse montante, o esquema causou prejuízo de pelo menos de R$ 13 milhões à Saúde de Cuiabá.
Segundo a Polícia Federal, foi o alto montante movimentado que chamou a atenção da CGU, dando início à investigação. Os R$ 250 milhões passaram entre as contas da prefeitura da Capital, de uma de informática, dos servidores, empresários e laranjas.
A partir daí, foi feito o levantamento de contratos públicos da empresa com o município e verificado que existiam valores decorrentes de repasses da União. “A CGU fez minucioso trabalho de análise dos contratos e detectou diversas irregularidades”, diz trecho de nota divulgada pela PF.
De acordo com PF, a operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão, em Cuiabá e Várzea Grande. Os alvos são três servidores, dois empresários e quatro laranjas. Um dos servidores já estava afastado por ocasião da intervenção. Os nomes dos alvos não foram revelados.
Durante as investigações, foram detectadas incongruências e graves irregularidades na execução de contrato de serviços de tecnologia, mantido pelo município entre os anos de 2017 e 2022 com empresa do ramo de informática.
O esquema funcionava da seguinte forma: eram contratados serviços na área de informática, desenvolvimento e manutenção de softwares. No entanto, a Polícia Federal apurou que os serviços não eram prestados.
As análises realizadas pela PF, com o apoio do CGU, não encontraram evidências da efetiva prestação dos serviços contratados, bem como de sua correlação com os respectivos pagamentos.
As diligências permitirão o aprofundamento da apuração dos fatos, que envolve a prática dos crimes de corrupção, lavagem de capitais e fraude ao caráter competitivo de licitação.
As penas dos crimes imputados aos investigados podem chegar a 30 anos de reclusão.