Daffiny Delgado/Repórter MT
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) criticou, em entrevista à imprensa, as ações que vêm sendo tomadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Para ele, a censura aos veículos de comunicação, parlamentares, bloqueios de contas bancárias de empresas e pessoas ligadas aos atos contra a vitória de Lula (PT), demonstram "como se começa a ditadura" num país democrático.
"As palavras dele foram: 'tem muita gente pra prender, muita multa pra aplicar'. Num tom sarcástico e dando risada. Isso assusta. Toda ditadura começa assim", declarou.
As ações do ministro começaram durante as eleições deste ano. Já os atos – classificados pelo STF como antidemocráticos – tiveram início no dia 30 de outubro, com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Cattani lembrou do "medo" que as pessoas contrárias ao atual presidente tinham de ele implantar a ditadura militar no país e ressaltou que, ao contrário disso, Bolsonaro sempre agiu "dentro das quatro linhas da constituição". Diferente do que vem sendo feito por Moraes.
"O que o ministro está fazendo é exatamente o que foi feito em outros países socialistas, ou seja, implantando de fato aquilo que todo mundo teme e que todo mundo falava que Bolsonaro ia fazer e nunca fez. Pelo contrário", disse.
"Sempre agiu dentro das quatro linhas, mesmo que isso custe a vida dele. Já eles não, eles querem e vão fazer de tudo para que a pátria grande, como eles falam, seja implantada em nosso querido e amado país, infelizmente", completou.
Os patriotas - como se intitula o grupo de manifestantes - contrários à vitória de Lula, acreditam numa fraude no processo eleitoral. Para Cattani, agir contra eles é o mesmo que tentar "calar" a voz do povo, que tem o verdadeiro poder da nação.
"O povo é voz do poder da nossa nação, pelo menos deveria sr. Só não tem alguma coisa que possa ser feita se o povo desistir. Agora, se o povo continuar, tem liberdade e legitimidade para agir. Depende do povo. Comprovação de Fraude – legitimidade – o direito de se manifestar é livre, está previsto no artigo quinto. Não importa se tem razão ou não. Você tem o direito de se manifestar", destacou.