Allan Mesquita
“Não tenho como colocar um policial ao lado de cada mulher”. Essa foi a resposta do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), ao responder questionamento da imprensa em relação à explosão de casos de feminicídio no Estado, na manhã desta quinta-feira (30).
Conforme dados do Observatório Caliandra, do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), já foram registradas 45 mortes de mulheres em 2025, número que praticamente iguala o total do ano passado, quando 47 vítimas foram assassinadas.
“É um triste número. É um triste número e o governo tá fazendo uma série de ações. Nós temos muitas ações que estão sendo feitas nesse sentido. Agora, eu não tenho como colocar um policial ao lado de cada mulher. É um crime que acontece dentro de casa”, disse Mendes.
O governador alegou que o Estado tem reforçado as medidas protetivas e o atendimento especializado às vítimas. Segundo ele, mais de 14 mil medidas protetivas foram cumpridas neste ano, e apenas duas mulheres com proteção formal foram mortas. “A maioria dos assassinatos acontece dentro de lares que não tinham nenhuma ocorrência. Não tinha absolutamente nada”, afirmou.
Apesar das ações citadas, ativistas em defesa dos direitos das mulheres avaliam que o discurso do governador expõe uma visão limitada do problema, ao atribuir a responsabilidade da violência apenas ao âmbito doméstico. O chefe do Executivo argumenta que o Estado conta com 98 delegacias com estrutura voltada ao atendimento de mulheres e destacou a adoção de ferramentas como o botão do pânico.
“O governo faz campanha, tem a Maria da Penha, treinou as equipes, tem vários mecanismos. Agora, tem uma coisa que Mato Grosso não faz: é esconder números. Os números são abertos, são transparentes. Tem estado que nem estatística tem”, disse.
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