Aparecido do Carmo/Repórter MT
O prefeito de Sinop, Roberto Dorner (Republicanos), disse nesta quinta-feira (19), em coletiva de imprensa, que exonerou a secretária de Saúde da cidade, Daniela Galhardo, até que fique provado que ela não tem relação com o esquema de corrupção alvo da Operação Cartão-Postal, deflagrada mais cedo pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).
"Nós já exoneramos a secretária. Afastamos o que tem que ser afastado para que nós possamos fazer a investigação. Nós não, o Ministério Público, a Justiça, que faça a investigação [...] Confio nos servidores, nos secretários até que se prove o contrário. Se tiver alguma coisa errada contra eles, eles que vão pagar pelos atos. Não aceito corrupção”, disse
“Se ela dever, ela que pague. Agora, se não dever, pode ter certeza, essa injustiça tem que ser reparada pelos denunciantes”, acrescentou.
Apesar da exoneração, Dorner chegou a dizer que coloca “a mão no fogo” pela secretária que, segundo ele, tem sido competente na gestão da pasta. O prefeito disse que não sabe se existe corrupção na Saúde da cidade e que vai aguardar os resultados da investigação.
“Eu ponho a mão no fogo sempre pelos meus secretários”, pontuou.
O prefeito finalizou dizendo que como foi pego de surpresa, ainda não escolheu a pessoa que vai assumir a Pasta a partir de agora.
A Operação Cartão-Postal é da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). Foram expedidos 32 mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal, contra 34 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas.
Foram cumpridas seis ordens de prisão preventiva, um de monitoramento eletrônico, duas ordens de suspensão do exercício da função pública, um de suspensão parcial do exercício da função pública, bem como a suspensão de exercício de atividade de natureza econômica de seis empresas.
Com base nas investigações, também foi determinado o bloqueio de valores das contas bancárias de 34 pessoas físicas e jurídicas, o sequestro de bens móveis de 21 alvos e o sequestro de bens imóveis de outros oito alvos, a fim de recompor os cofres públicos no montante de R$ 87.419.285,01, que é o valor global de três contratos celebrados entre Sinop e a organização social que gerencia a Saúde da cidade.
O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, foi preso na Operação.
Ainda não há detalhes de como o esquema funcionava.
O Poder Judiciário ordenou ao Município que avalie, no prazo de 10 dias, a possibilidade de rescisão contratual com a organização social, bem como a apresentação de minucioso relatório dando conta de todas as irregularidades eventualmente praticadas por essa organização social.