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Cidades Sábado, 17 de Maio de 2025, 18:07 - A | A

17 de Maio de 2025, 18h:07 - A | A

Cidades / CUIDADO E VIGILÂNCIA

Especialista faz alerta sobre conteúdos violentos consumidos por menores de idade

Ana Clara Abalém | GD



Em menos de um mês, dois adolescentes mato-grossenses foram alvos de operações que investigam crimes de ódio. O primeiro por disseminar mensagens misóginas por meio de um perfil do Instagram, e o segundo é suspeito de integrar um grupo que planejava, por meio de fóruns online, um atentado durante o show da americana Lady Gaga no Rio de Janeiro, no dia 3 de maio.

Os casos despertam a atenção sobre o envolvimento de menores em crimes ou apologia à violência, especialmente em plataformas digitais. Com o crescente número de crianças e adolescentes que utilizam internet, surgem novos desafios para que os responsáveis fiquem vigilantes a respeito do comportamento e qual conteúdo está sendo acessado pelos menores.  

pesquisa Tic Kids Online Brasil revelou que 83% da população brasileira entre 9 a 17 anos possui perfil próprio em redes sociais em 2024. O levantamento foi realizado pelo Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade e Informação (Cetic.br) e aponta também que 93% de pessoas dessa faixa etária são usuárias da internet.

Consultada, a psicóloga e especialista em atendimento a criança e adolescente, Eliza Cristina Porkate, aponta que entre os fatores que podem influenciar um indivíduo a se envolver com esses crimes está a normalização da violência por meio do consumo diário desse conteúdo, além de um ambiente familiar disfuncional no qual não existe um diálogo entre os menores e os responsáveis.

“Isso é comum (conteúdo violento), mas de forma alguma quer dizer que eles são normais. Não é normal do comportamento do ser humano ter prazer em agredir o outro ou provocar sofrimento a outro ser humano. A exposição sem o devido diálogo ou acompanhamento dessas mídias pode sim ser um fator que seja prejudicial, ele pré-dispõe mais, ele expõe mais a um conteúdo que, quanto mais visto sem discussão, mais normalizado fica”, explica Porkate.

Outro aspecto considerável é que, durante essa fase da vida, há um intenso processo de formação cognitiva e que esse grupo da população está mais suscetível a influências externas.

“É uma época crucial para a formação de personalidade, é onde estamos desenvolvendo inclusive conceitos de comportamentos éticos ou não. É uma idade em que queremos muito pertencer a um grupo. O grupo tem muita força sobre o comportamento. Então, é uma época que tem que ter muito diálogo porque, principalmente os meninos, estão expostos a conteúdos misóginos e sexuais, isso pode acabar influenciando de forma negativa, para que esse tipo de pensamento seja mais naturalizado”, argumenta.

A especialista ainda alerta a tendência em achar que os menores estão seguros ao estarem confinados dentro de casa.

“Não podemos nos basear nessa falsa sensação de segurança, como um motivo para não atuar com vigilância em cima daquilo que é visto. Existem inúmeros tipos de jogos, desafios, situações propostas que começam de maneira extremamente inocente e vão progredindo até se tornarem cada vez mais violentas. Tanto em relação ao que o indivíduo possa fazer para outras pessoas quanto para si mesmo”, alerta.

Dentro desse contexto, é importante que os responsáveis peçam a ajuda deprofissionais e da escola, assim que houver a suspeita ou se observar a mudança de comportamento dos menores.

“Não se sinta sozinho, existem outros pais que estão passando pela mesma situação. Procure ajuda de todos os lugares possíveis, procure saber se seu filho está crescendobem em todos os aspectos de saúde. Converse, entenda os amigos que ele tem, não só os que você conhece, mas também os que você não vê”, finaliza a psicóloga.

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