A Gazeta
Diante da pandemia e a preocupação com o novo coronavírus, os casos de dengue acabaram disparando em Mato Grosso, com número de mortes subindo 325% no ano passado, em comparação a 2019. As mortes foram 17 ao todo, contra 4 óbitos do ano anterior. Os casos graves da doença também cresceram e o aumento chegou a 300%, com 48 registros contra 12 no ano anterior. O Estado está em alto risco para a doença, com uma incidência de 1.387 casos a cada 100 mil habitantes. Além disso, 78% dos municípios também configuram alto risco para a dengue, com incidência maior de 300 casos por 100 mil habitantes.
Dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam ainda que os casos confirmados também cresceram 210%, com mais de 30 mil confirmações, e houve ainda aumento de 158% nas notificações, que chegaram a 46.388. A recomendação da Secretaria é para que gestores municipais intensifiquem as ações de combate ao Aedes aegypti.
Na Capital, o aumento de casos também cresceu 85%, com 937 registros, e uma incidência de 158,8 a cada 100 mil pessoas. Em Várzea Grande, o salto foi de 44,5%, com 318 casos, e 116,1 a cada 100 mil. A técnica da Vigilância de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, Alessandra Carvalho, diz que é preciso redobrar a atenção. Ela frisa que o período chuvoso, aliado à falta de cuidados, pode ser um somatório para aumento dos casos.
Para a agente de endemia Luzia Lima, 40, toda a tensão e as mudanças que ocorreram em 2020 podem ter contribuído para esse aumento. Ela explica que o trabalho de vistoria e orientação continuou durante todo ano passado, mas algumas pessoas mostraram resistência em receber os agentes por causa da pandemia. “Mesmo com todos os cuidados e distanciamento, em alguns casos, precisamos persistir e explicar a importância da vistoria”.
Luzia enfatiza que são medidas simples que podem salvar vidas, como limpar o quintal, manter depósitos de água devidamente tampados, limpar as calhas e armazenar garrafas e outros recipientes que possam acumular água de “boca para baixo”. Destacando que 80% dos criadouros do mosquito estão nas residências e, por isso, lembra a importância do envolvimento da população não apenas em sua casa, que deve ser o foco principal, mas em todo bairro, nos vizinhos, como forma de garantir a saúde de todos.
Ela lembra que uma residência ou um terreno abandonado que tenha o mosquito, várias pessoas que estão naquele raio podem ser contaminadas. “Eu cuido da minha casa, mas preciso estar a tenta aos terrenos baldios, àquelas residências que estão fechadas, pois ali pode ter um criadouro”.