Oscar Polita
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou nesta quinta-feira (23), no Plenário das Deliberações Deputado Renê Barbour, uma audiência pública para discutir a renovação do contrato de concessão da Energisa e a qualidade dos serviços de energia elétrica no estado. O evento foi promovido pela comissão especial da ALMT em parceria com o Senado Federal e contou com a presença de autoridades estaduais e federais, além do diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Fernando Mosna.
Representando o município de Nova Mutum, o presidente da Câmara de Vereadores, Lucas Badan, participou da audiência levando as principais reclamações e preocupações da população mutuense com relação ao fornecimento de energia. O encontro teve como objetivo reunir informações e ouvir demandas que subsidiarão o relatório final encaminhado à Aneel, que deverá analisar as críticas e propor melhorias no contrato de concessão.
O debate foi presidido pelo senador Wellington Fagundes (PL), que defendeu a necessidade de estabilidade jurídica nas concessões, e acompanhado por deputados estaduais como Wilson Santos (PSD), Max Russi (PSB) e Júlio Campos (União). Também participaram representantes do Procon-MT, da Secretaria de Proteção e Defesa do Consumidor, e o diretor-presidente da Energisa Mato Grosso, Marcelo Vinhaes Monteiro.
Durante a audiência, o diretor da Aneel, Fernando Mosna, informou que as reclamações encaminhadas por órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, serão analisadas em Brasília. Segundo ele, o objetivo é aprimorar os processos internos e garantir maior eficiência no atendimento ao cidadão.
A secretária adjunta de Proteção e Defesa dos Consumidores, Cristiane Vaz, destacou que, apesar de ainda haver reclamações, houve uma redução significativa nos últimos anos, de cerca de 7 mil registros em 2019 para 2,1 mil em 2025. Já o diretor-presidente da Energisa afirmou que a empresa investiu R$ 9 bilhões nos últimos 11 anos em Mato Grosso, incluindo R$ 1,6 bilhão somente em 2025, e reduziu em 50% o tempo médio das interrupções.
No entanto, representantes municipais, como Lucas Badan, afirmaram que os números apresentados não refletem a realidade vivida nas cidades do interior.
“A nossa realidade em Nova Mutum é muito crítica. Sofremos há vários anos com a falta de investimentos. Temos aviários, frigoríficos e propriedades rurais que chegam a ficar uma semana sem energia. Isso causa prejuízos enormes, inclusive com mortes de aves e perdas de produção”, d estacou o presidente da Câmara.
Badan relatou ainda que as quedas de energia são constantes na área urbana, gerando prejuízos para o comércio e danos a eletrodomésticos.
“A população está cansada de ver oscilação e falta de energia todos os dias. Os técnicos locais fazem o possível, mas falta estrutura e mais pessoal. Precisamos de investimentos reais, não apenas promessas. Se não houver compromisso com melhorias, que não se renove essa concessão”, afirmou.
O vereador também agradeceu o apoio dos parlamentares estaduais que vêm cobrando providências sobre o tema:
“Agradeço ao deputado Max Russi, ao deputado Wilson Santos e ao deputado Boteiro por ouvirem a população e abrirem esse espaço de diálogo. Viemos pedir socorro, porque a falta de energia tem travado o desenvolvimento de Nova Mutum.”
A audiência pública encerrou com o compromisso da comissão em reunir todas as manifestações e encaminhar um relatório técnico à Aneel, ao Ministério de Minas e Energia e à Casa Civil da Presidência da República. O documento será enviado oficialmente nesta sexta-feira (24), em Brasília.
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