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"Você vai morrer como sua mãe, só que com outra arma". A frase aterrorizante teria sido proferida pelo ex-companheiro de Letícia Pompeo, uma personal trainer que agora vive sob o medo constante. Ela denunciou o investigador da Polícia Civil, André Pompeo Pimenta Negrini, por agressão, ameaça de morte e perseguição, mesmo após o fim do relacionamento. A situação escalou para uma suposta coronhada em um bar em Chapada dos Guimarães (a cerca de 70 km de Cuiabá).
Letícia, que carrega o trauma de ter visto a própria mãe ser vítima de feminicídio, revela que o relacionamento com Negrini durou três anos, sendo que após um ano e meio, as agressões físicas e mentais tiveram início. Em vídeo compartilhado nas redes sociais, na qual mostra supostas marcas de agressões, assista ao final, ela relata: "Eu tive muita vergonha de me expor, falar sobre isso, até porque minha mãe foi vítima de feminicídio também", desabafou.
Em busca de ajuda, ela procurou a Delegacia da Mulher em abril. Apesar de ter conseguido medidas protetivas, Letícia relata que as ameaças persistiram. Em um dos episódios mais recentes, ela precisou acionar o botão do pânico, o que levou à prisão em flagrante do ex-companheiro. Ele permaneceu detido por 11 dias e atualmente está usando tornozeleira eletrônica.
Mesmo com as medidas legais em vigor, o medo de Letícia não diminuiu. "Mesmo diante de tudo isso, ainda me sinto ameaçada, fico com um pouco mais de medo dele", afirma a personal trainer. Após a repercussão do caso, a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso emitiu um posicionamento oficial.
De acordo com a corporação, o policial foi indiciado por violência doméstica no inquérito policial instaurado na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá. O inquérito já foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário para as providências legais.
Além disso, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta do servidor, garantindo o cumprimento das medidas disciplinares cabíveis. O caso segue em investigação e a corporação destaca a importância das denúncias para o enfrentamento desse tipo de crime.
Confira a nota à imprensa da PJC na íntegra:
A Polícia Civil confirma que o policial civil foi indiciado por violência doméstica em inquérito policial instaurado na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá. O inquérito policial foi concluído e encaminhado para o Poder Judiciário. Também foi instaurado procedimento na Corregedoria-Geral da Polícia Civil para apuração da conduta do policial.
No mês de junho, o investigador foi preso pela Polícia Militar, após uma situação de descumprimento de medida protetiva contra a ex-companheira, ocasião em que o flagrante foi lavrado no Plantão de Violência Doméstica e Sexual de Cuiabá.