Cíntia Borges/Mídia News
O senador Jayme Campos (União) elevou o tom e comparou as ONGs (organizações não governamentais) que atuam em defesa dos indígenas a “maior quadrilha que já se instalou no Brasil”. Segundo ele, os grupos são “pseudos” defensores da causa indígena.
A crítica foi feita durante a sessão da Comissão de Agricultura, no Senado Federal, que analisa o Marco Temporal das terras indígena, que ocorreu na tarde da última quarta-feira (16).
“Nós não queremos continuar sendo massa de manobra dos pseudos defensores dos povos indígenas, dessas ONGs que são a maior quadrilha que se instalou no Brasil. O Comando Vermelho, o PCC, é fichinha perto dessas ONGs”, disse o senador.
O Marco Temporal trata sobre a delimitação da área ocupada pelos povos originários até a promulgação da Constituição Federal, em outubro de 1988.
Apesar da crítica, Jayme disse ser favorável ao marco temporal. Segundo ele, em diálogos que tem com lideranças indígenas, o que é pedido são oportunidade de crescimento no mercado.
“Ninguém é contra os povos indígenas, são nossos irmãos. Eu vou trazer aqui, no mínimo, 10 caciques de reservas. Eles querem plantar, telefone, ar-condicionado e melhores condições de vida, e não viver nessa miserabilidade de hoje. Sem saúde, sem educação”, disse.
“Eles vão mostrar que eles não querem ampliação de reserva indígena. O que eles querem é oportunidade. Na reserva do Campo do Parecis está a prova inconteste. Eles estão plantando dezesseis mil hectares de soja. Com assistência técnica. Lá tem índio que é engenheiro, advogado, médico, tem tudo”, completou.
STF e o marco temporal
O Marco Temporal também está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal (STF). O senador de Mato Grosso pediu para que o Senado Federal seja célere na análise do caso, e criticou a atuação do STF.
Para ele, o Supremo invade a competência legislativa quando julga o caso.
“Não podemos deixar que o Supremo Tribunal Federal usurpe das nossas atribuições constitucionais, e legislem em nome do Congresso Nacional. São 16 anos que esse projeto tramita nessa casa. Onde está o direito? A segurança jurídica?”, disse.
“Essa Casa não pode se cala e o senado não pode ser usado como massa de manobra que, muitas vezes, vamos levando com a barriga. Basta!”, completou.