Mariana Lenz
A juíza Janaína Cristina de Almeida, da Vara Criminal de Diamantino, determinou que José Edson Douglas Galdino Santos seja submetido a júri popular dia 3 de outubro de 2025, às 9h. Ele responde pelo assassinato da companheira Lorrane Cristina Silva de Limas, morta a facadas e abandonada trancada na casa com os filhos pequenos. O corpo foi achado dias depois, quando funcionários da escola das crianças foi ao local buscar informações sobre o motivo das faltas nas aulas.
Na decisão, a magistrada aponta que no dia 5 deste mês decorreu o prazo para a defesa apresentar seu rol de testemunhas para depor em plenário, bem como juntar documentos e requerer diligências. Após o período, a defesa se manifestou requerendo informações sobre o recambiamento do pronunciado. Contudo, a magistrada declarou que o tempo para tais pedidos havia expirado.
Foi destacado ainda que a defesa, embora devidamente intimada, manteve-se inerte, mesmo diante das informações da preparação do processo para julgamento em plenário. Diante disso, o réu foi intimado, assim como as testemunhas arroladas pela acusação e designada a data do júri popular.
Foi determinado o recambiamento do réu por meio da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária do Estado de Mato Grosso (SAAP) para que ele participe da sessão de julgamento do Tribunal do Júri.
O caso
O corpo de Lorrane Cristina Silva de Lima foi descoberto no dia 13 de março de 2024. A diretora da escola estranhou a falta das crianças dois dias seguidos e foi até a residência, localizada no bairro Pedregal, em Diamantino (208 km a médio-norte de Cuiabá), quando um dos meninos falou com a professora, de dentro da casa.
Ele relatou que a mãe estava dormindo e o padrasto havia saído para comprar remédio e deixou os menores trancados na casa, que não tinham a chave do portão. Diante da situação anormal, os policiais que acompanhavam a servidora pularam o muro e entraram na casa, quando sentiram o mau cheiro vindo de um dos quartos.
A vítima estava no chão, sem vida e com uma faca ao lado do corpo. As duas crianças estavam em outro quarto, em pânico, e foram retiradas do imóvel e entregues aos cuidados do Conselho Tutelar.
José Edson foi preso no dia 19 de março, na cidade de Rurópolis, no sul do Pará. Ele confessou que cometeu o crime para conseguir usar a digital da vítima e desbloquear o celular dela. Além de esfaquear a companheira, ele ainda a violentou sexualmente. Após o crime ele abandonou seus enteados de 7 e 5 anos, trancados na casa com o corpo da mãe enrolado em um lençol. As crianças acreditavam que ela estava dormindo.
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